Com pouca expressividade na Bahia, o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) pode ser uma peça prestes a adquirir relativa importância no xadrez político que precede as eleições de 2018. A sigla deve ser a nova casa de cinco deputados estaduais, alguns dissidentes do PSL, que estão às vésperas de promover uma debandada da legenda comandada em solo baiano pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Marcelo Nilo. De acordo com informações obtidas pelo Bahia Notícias, Alan Castro, Jurandy Oliveira, Reinaldo Braga, Nelson Leal, além do já especulado Manassés, estão de malas prontas para o Pros. E a migração não tem a ver apenas com o desgaste da relação dos parlamentares com Nilo e a falta de espaço na agremiação, como já externado por alguns insatisfeitos. Faz parte de um projeto político maior, comandado pelo deputado federal Ronaldo Carletto (PP). Segundo o apurado pela reportagem com fontes que estão acompanhando de perto o processo, o progressista está, há cerca de três meses, montando o partido na Bahia e é o responsável por conduzir as negociações que podem culminar na ida do quinteto para o Pros
. O parlamentar baiano ainda deve emplacar seu assessor, Vivaldo Góes, na presidência da legenda. Esta articulação é apenas parte do que Carletto vislumbra para o próximo ano. Por outro lado, ele continua negociando seu ingresso no PR. As negociações com o PSD de Otto Alencar, ventilado inicialmente como seu destino político, “murcharam”, nas palavras de quem assiste a tudo. Para se filiar ao PR, pretende levar consigo outros seis deputados federais e entre quatro e cinco estaduais. Isso daria ao partido uma das maiores bancadas no estado. Na sigla, pretende disputar espaço para conseguir uma vaga como senador na chapa majoritária, seja da candidatura à reeleição de Rui Costa (PT) ou na do prefeito ACM Neto (DEM). E é aí que está o cerne da estratégia traçada pelo deputado. Ao articular a entrada de novas figuras no PR, Carletto ambiciona dar mais musculatura ao partido para, assim, criar um forte grupo político que o possibilite disputar a tão sonhada candidatura como senador, pela chapa de Rui. A costura não é à toa: há mais postulantes do que vagas no grupo do petista. O governador poderá ter apenas dois candidatos a senador marchando com ele. Um deles, dado como certo, é o atual secretário de Desenvolvimento Econômico e ex-governador, Jaques Wagner. O outro seria alguém indicado pelo PSD – na bolsa de apostas, começa a se fortalecer o nome do presidente da AL-BA, Angelo Coronel. Neste cenário, Carletto seria rifado da chapa. No entanto, ao fortalecer o PR, o parlamentar chegaria a 2018 em melhores condições para negociar com Rui. Caso ficasse de fora da majoritária, poderia se tornar aliado de ACM Neto, retirando do petista uma agremiação com bancada expressiva e, portanto, um apoio político importante. Visando essa possibilidade, o parlamentar tem mantido constantes conversas com o inquilino do Palácio Thomé de Souza. Calcula que, ao lado dele, obteria mais espaço para concorrer ao Senado. Já a costura com o Pros teria partido de um conselho do próprio Neto. O chefe do Executivo municipal teria sugerido a interessados em disputar uma vaga na majoritária articulação com mais de um legenda. Por outro lado, ter dois grupos políticos o apoiando, tanto no Pros quanto no PR, ampliaria seu capital político. Assim, à la o ditado popular “se tu não quer, tem quem queira”, Carletto se encaminha para robustecer seu poderio de barganha: caso seja preterido por Rui, correrá para o ninho da oposição, comandado ACM Neto.
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