Morreu, na noite desta terça-feira (8), aos 78 anos, o artista plástico argentino Reinaldo Eckenberg, radicado na Bahia há 51 anos. De acordo com informações de Ronaldo Jacobina, no Correio, Eckenberg foi hospitalizado após sofrer um infarto, na segunda-feira (7). Segundo a publicação, o artista chegou a ter um quadro de melhora na terça (8), mas voltou a enfartar e não resistiu. A morte foi informada pelos amigos nesta manhã. Reinaldo Eckenberger nasceu na cidade de Buenos Aires em 1938, mas foi Salvador o lugar onde ele decidiu viver, desde 1965. Sua obra foi revisitada no ano passado, com a exposição “Reinaldo Eckenberger – Uma Poética do Excesso” (clique aqui), que ficou em cartaz por mais de um mês na Caixa Cultural. “Seios fartos escapam de decotes suntuosos e decadentes. Línguas se projetam em busca de prazer, inclusive o de satirizar. Boca, falo, fetiche, olhos arregalados em êxtase. Não são apenas estes elementos que nos apontam que a obra de Reinaldo Eckenberger é marcada pelo erotismo. As ideias de Georges Bataille, autor francês do início do século XX, estudioso das religiões e das incipientes teorias psicanalíticas, iluminam este primeiro olhar e nos revelam um possível erotismo nos corpos unidos, híbridos, criados pelo artista em diversos materiais e técnicas. Eckenberger vai além e transgride a interdição do incesto em seu mundo imaginário onde duas figuras, a mulher e o menino, aparecem de forma insistente, sobretudo a partir da década de 70”, assim descreve a jornalista Luciana Accioly Lima, curadora da mostra, acrescentando que Eckenberger “desde a década de 60 construiu uma poética muito particular que dialoga com o obsceno, o cômico e o feio e é, sem dúvida, uma das mais expressivas no contexto da arte erótica produzida pelo modernismo baiano”.
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