O SERTANEJO, ARROCHA, AXÉ, PAGODE, INVADIRAM AS FESTAS DE SÃO JOÃO. O FORRÓ ESTÁ SENDO ESQUECIDO.
Foram duras as críticas feitas pelo cantor e compositor Alcymar Monteiro aos festejos juninos. Através do seu perfil oficial no facebook, o músico demonstrou total insatisfação com o que tem visto e escutado nas festas de São João, Nordeste afora.
“Tenho observado que as festas juninas estão virando um festival de pornofonia, estão mutilando nossa cultura”, diz trecho do texto postado na rede social.
O cearense, que atualmente reside em Recife, disse que o forró gonzagueano está a beira da falência e do esquecimento. Ainda na publicação, o músico pede para as autoridades tomar algum tipo de providência, afim de preservar a identidade cultural do forró.
Alcymar Monteiro completa em 2017 31 anos de carreira e é um dos artistas que defende o forró tradicional. Já fez duetos com Luiz Gonzaga, Marinês, Domiguinhos e é totalmente contra o forró eletrônico.
Confira texto na íntegra:
“O São João pede socorro."
Estou viajando o nordeste inteiro e tenho observado que as festas juninas estão virando um festival de pornofonia, estão mutilando nossa cultura.
A festa criada por Luiz Gonzaga tinha como tema a sanfona, a zabumba, o triângulo, as quadrilhas
juninas, além da culinária peculiar deste período do ano, canjica, pé de moleque, milho e batata assada na fogueira. Tudo isso acontecia sob o luar do sertão.
O que vi por onde passei foi a perfeita orquestração de interesses econômicos estereotipados voltados mais para a quantidade em detrimento da qualidade.
Cabe aos governos através das secretarias de cultura e das assembleias legislativas criarem uma lei que impeça tamanho abuso, reservando 70% do mercado junino para os artistas que lutam a “duras penas” para manter a tradição do forró, impedindo o mercenarismo e a mercantilização das nossas tradições. Cito como exemplo o estado da Bahia que criou a chamada “lei da zabumba”, aprovada por unanimidade pela assembleia legislativa baiana.
O povo já não suporta mais a descaracterização daquilo que é seu e está pedindo que as autoridades façam alguma coisa que preserve em forma de lei aquilo que é nossa identidade cultural. O forró gonzagueano que está a beira da falência e do esquecimento das novas e futuras gerações.
Os veículos de comunicação estão denunciando essa mutilação ideológica e expondo explicitamente a necessidade de fazermos uma correção no sentido de preservar etnologicamente aquilo que nos representa e que nos faz existir como povo “Nordestino”.
Diante da responsabilidade que tenho não posso simplesmente me calar e fingir que não estou vendo ou ouvindo o que está acontecendo. Como militante venho através deste manifesto expressar minha insatisfação com todo esse desmando.
Forró só existe UM o gonzagueano, o jacksoneano, como artista eu bebo nessa fonte que é a matriz de tudo, o restante é invencionice, é factoide de quem não tem responsabilidade com nossa cultura
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