sexta-feira, 23 de junho de 2017

Mortes de gado com suspeita de raiva preocupam fazendeiros em Medeiros Neto

As mortes de gado em várias fazendas do município de Medeiros Neto, localizado no extremo sul da Bahia, por suspeita de raiva bovina, tem deixado criadores preocupados. Ao menos 20 fazendeiros já registraram casos suspeitos da doença que não tem cura, segundo informações da Secretaria Municipal de Agropecuária e Meio Ambiente. O órgão diz que o problema ocorre pela falta de vacinação dos rebanhos.

A rava é transmitida aos animais pela mordida de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue. A doença afeta o sistema nervoso dos animais, que morrem logo depois de apresentarem os primeiros sintomas.

Eliclésio Medeiros, que cria gado leiteiro em um sítio no município, diz que há dez dias encontrou um dos animais morto. Ele afirma que a causa da morte ainda não foi comprovada, mas que a suspeita é de raiva bovina. “O outro gado eu já tinha vacinado, mas esse que eu não tinha vacinado apareceu morto”, destacou.


Depois da morte do animal, o criador afirma que vacinou todo o rebanho, por medo de proliferação da doença. Segundo ele, nas fazendas vizinhas, animais também morreram com suspeita de raiva bovina.


O secretário de Agropecuária e Meio Ambiente, Armando Leal, diz que casos suspeitos de raiva no município estão sendo notificados. “Só do meu conhecimento, já são mais de vinte propriedades. Negligenciaram a vacinação, que deve ser feita uma vez por ano junto com a vacina contra a [febre] aftosa. Mas muita gente está deixando de seguir essa orientação”, destacou.


Todos os casos suspeitos, segundo o secretário, foram registrados em propriedades rurais localizadas próximas a rios. “Isso porque os morcegos hematófagos ficam mais na beira dos rios. Suas tocas, em pedras, buracos ou mesmo em árvores, são perto de rios”, diz.


Os casos suspeitos, segundo o secretário, devem ser comunicados à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que é o órgão fiscalizador.


A única forma de prevenir a raiva é através da vacinação dos animais. A primeira dose pode ser aplicada a partir do terceiro mês de vida e repetida com trinta dias. Depois disso, basta um reforço anual da imunização. A vacina contra a raiva é vendida em lojas de produtos agropecuários.


Com a nota fiscal em mãos, os criadores podem vacinar o gado com uma pessoa que seja credenciada pela Adab ou programar uma vacinação assistida, com um veterinário da agência. Nos dois casos, é preciso declarar que realizou a vacinação. // G1

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