A primeira morte com suspeita de febre amarela no estado foi registrada, nessa segunda-feira (23), na cidade de Cândido Sales, sudoeste da Bahia.
A vítima, um homem de 35 anos, trabalhava em Minas Gerais e veio a óbito no Hospital Municipal Deputado Luís Eduardo Magalhães.
Ontem, o Ministério da Saúde divulgou que a Bahia possuía sete casos notificados em três municípios, mas um desses foi descartado nesta terça. No entanto, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), outros dois casos “importados” (com origem da infecção em Minas Gerais) estão sendo investigados, entre eles o de Cândido Sales. Anteriormente, o ministério havia confirmado um caso, mas ontem o órgão voltou atrás e afirmou que não há nenhum caso confirmado no estado. Até o momento, foram registrados quatro casos em Coribe, no Extremo Oeste Baiano, dois em Teixeira de Freitas – sendo que um foi descartado laboratorialmente –, no Sul baiano, e outro em Itiúba, no Centro Norte do Estado.
Os quatro pacientes de Coribe encontram-se internados, aguardando resultados de exames, assim como o de Teixeira e o de Itiúba. Segundo a Sesab, todos os casos registrados até agora foram de febre amarela silvestre, mais frequente em região de mata ou zona rural.
Apesar do número, o secretário de saúde, Fábio Villas Boas, em reunião com prefeitos e secretários de saúde de 67 cidades localizadas em área de risco de transmissão da doença, afirmou que não há motivo para alarde. “Não existe nenhuma emergência. As pessoas podem se vacinar com calma. O nosso trabalho está sendo de prevenção contra um problema”, assegurou. No início do mês, a Sesab havia determinado a vacinação de 100% da população de 45 municípios e decidiu, recentemente, estender a imunização para mais 22 cidades.
De acordo com a Sesab, nessa segunda o banco de doses do estado era de 116 mil unidades. Das 450 mil doses que o órgão solicitou ao Ministério da Saúde, 300 mil estão previstas para chegar essa semana. Hoje, a secretaria recebeu um lote, mas não divulgou o número de doses. A capital baiana não é considerada área de risco. Portanto, somente serão vacinadas as pessoas que irão se deslocar para as regiões onde há casos suspeitos ou confirmados da doença.
Na Bahia, os postos serão orientados a vacinar, principalmente, pessoas que moram nessas áreas consideradas de risco. A indicação é imunizar crianças a partir de nove meses até quatro anos de idade, administrando uma dose e um reforço aos quatro anos. As pessoas que receberam apenas uma dose da vacina antes de completar cinco anos devem tomar uma dose de reforço. As pessoas que nunca foram vacinadas ou que perderam o comprovante de vacinação devem tomar a primeira dose da vacina e uma dose de reforço 10 anos após a primeira. As pessoas que receberam as duas doses da vacina a partir dos cinco anos são consideradas vacinadas.
De acordo com a diretora de vigilância epidemiológica do órgão, Maria Aparecida Araújo, a vacinação não é recomendada a gestantes. “O médico precisa avaliar o risco-benefício de tomar a vacina porque ela pode provocar complicações e ‘defeitos’ na criança”, explica. Como a vacina possui proteínas de ovo, pessoas que possuem alergia severa ao alimento também devem consultar um especialista antes da imunização. Ainda conforme a diretora, as medidas de prevenção também podem ser individuais, como o uso de repelentes e a limpeza contra o mosquito aedes aegypti, um dos vetores de transmissão da febre amarela urbana. Ela também alerta que as pessoas que precisarão viajar para os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e áreas de risco, devem se vacinar com 10 dias de antecedência, que é o tempo estimado de efeito do medicamento.
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