terça-feira, 6 de outubro de 2020

Alimentação saudável e exercícios reduzem chance de câncer de mama

O Outubro Rosa já é uma campanha consagrada. No décimo mês do ano, é comum ver campanhas e ações compartilhando informações sobre o câncer de mama, dicas de como fazer o autoexame e explicações sobre o que é esta doença. 
O que o CORREIO vem fazer desta vez é um plus, explicando como tomar, no dia a dia, atitudes que podem colaborar para se prevenir contra o câncer de mama.
Entre 2020 e 2022, estima-se que serão diagnosticados mais de 66 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Isso representa um risco que gira por volta de 61 casos a cada 100 mil mulheres. 
Dentre todos os tipos de câncer que existem, o de mama é o que mais atinge e mais mata mulheres brasileiras. Foram mais de 66 mil casos somente neste ano, com mais de 17,5 mil óbitos, de acordo com o Inca.
Apresentadora da Rede Globo, Ana Furtado sofreu com a doença em 2018. Na quinta-feira da semana passada, ela esteve no Cristo Redentor posando para a campanha da Fundação Laço Rosa, instituição que atua na defesa pacientes com câncer de mama e comemorou a vitória sobre a doença contra quem lutou em 2018.
“Estar viva já é um presente muito bom! Eu só tenho que agradecer por momentos assim, por todas as conquistas e por ajudar tantas pessoas e projetos com a minha história!”, escreveu a apresentadora.

Oncologista, mastologista e cirurgião baiano, Rodrigo Barata explica que hábitos saudáveis como cuidado com a alimentação, controle de peso e prática regular de esportes podem diminuir em até 30% as chances do surgimento do câncer de mama. Esses são os chamados fatores externos, que cada paciente pode ter o controle e atuar diretamente na prevenção.
De acordo com o especialista, todo câncer é fruto de uma alteração genética. Um gene entra e mutação e faz com que a multiplicação das células se intensifique. Os hormônios estrogênio e progesterona, necessários para desenvolvimento do corpo e funcionamento do ciclo menstrual, podem ser vilões do câncer de mama. Isso porque doenças podem surgir em caso de desequilíbrio entre os níveis desses hormônios – e o câncer de mama está entre eles.
“Uma boa alimentação pode ajudar a prevenir o câncer de mama, principalmente depois da menopausa, quando cada quilo representa cerca de 1% a mais de risco de surgimento ou recidiva do câncer. A prática de exercícios físicos regulares e até a manutenção da saúde mental também podem ajudar na prevenção”, aponta o médico.
Rodrigo Barata ressalta que apesar da idade ser um importante fator de risco, não existe uma única causa para a doença. Fatores ambientais e comportamentais como obesidade, sedentarismo e consumo de álcool podem contribuir para a manifestação do câncer de mama.
Além disso, também há situações que a mulher não pode controlar, como os fatores hormonais e reprodutivos: menstruação antes dos 12 anos, não gerar filhos, ter a primeira gravidez após os 30 anos, não ter amamentado e fazer o uso de contraceptivos, além dos fatores genéticos e hereditários.
“É importante dizer que uma pessoa que apresente um ou mais fatores de risco não necessariamente desenvolverá a doença”, disse Rodrigo Barata.
Para identificar o câncer de mama, o ideal é que a mulher faça avaliações periódicas com seu ginecologista e o autoexame, que pode ser efetuado no banho ou em frente ao espelho. Também é interessante que fique atenta a pequenos caroços endurecidos, nódulos nas axilas, vermelhidão na pele, checar se possui um aspecto de casca de laranja, secreção saindo dos mamilos ou qualquer outra alteração que não pareça normal.
Feito isso, caso seja encontrada qualquer anormalidade, deve-se procurar imediatamente o serviço de saúde para realização de exames. A mamografia, que é uma radiografia das mamas feita pelo raio-x, a conhecida mamografia.
Descobrir o câncer de mama na fase inicial aumenta as chances de cura. O tratamento para a doença dependerá da fase em que ela se encontra, sendo necessária a realização de quimioterapia, radioterapia e até mesmo a cirurgia para a retirada do nódulo, parte ou até mesmo a mama toda. Dependerá sempre da avaliação do médico.