quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ex-ministro de Dilma é preso pela Polícia Federal


A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, em Brasília, o ex-ministro ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma Paulo Bernardo Silva (PT). Ele é alvo do primeiro desdobramento da Operação Lava Jato em São Paulo e está envolvido em investigações que apontam o pagamento de propina de até 100 milhões de reais em contratos de prestação de serviços de informática no Ministério do Planejamento. Um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido na casa da senadora petista e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR), em Curitiba, que é casada com Bernardo.
Investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato já haviam encontrado indícios de que o casal Gleisi-Paulo Bernardo foi beneficiário de dinheiro sujo movimentado no escândalo do petrolão pela empresa Consist. As suspeitas ganharam força depois da Polícia Federal e o Ministério Público terem rastreado as movimentações do advogado e ex-vereador Alexandre Romano, conhecido como Chambinho e delator da Lava Jato. Chambinho era um dos responsáveis por operar um esquema de pagamento de propina no Ministério do Planejamento.
Há evidências de que Romano recebeu 37 milhões de reais em propina de empresas do Grupo Consist em um esquema que beneficiava firmas para a prestação de serviços de informática para gestão de empréstimos consignados. Ao rastrear os pagamentos recebidos pelas empresas do Consist, os investigadores descobriram repasses do advogado Guilherme Gonçalves, que atuou em campanhas políticas do PT e da própria Gleisi, diretamente para a senadora petista.
Pelas anotações apreendidas em poder do advogado Guilherme Gonçalves, há indícios de que o dinheiro que irrigava o esquema da Consist no Ministério do Planejamento abastecia a família de Gleisi Hoffmann. Nas anotações, mais suspeitas: “Diversos PT, PB, Gleisi”. Em um dos casos, o dinheiro que os investigadores afirmam ser propina chegou até a quitar os salários do motorista da senadora petista, Hernany Mascarenhas. Em depoimento no inquérito da Lava Jato, Guilherme Gonçalves confirmou que utilizava recursos recebidos a título de honorários advocatícios da Consist para pagar “despesas urgentes”, como as de Gleisi Hoffmann. Nenhum desses débitos “urgentes”, porém, foi ressarcido pelos supostos clientes ou mesmo por cobrado de volta pelo advogado.

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