sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

APAIXONADA PELA POLÍCIA: Conheça a jovem que tem tatuagem da PM nas costas, defende os militares e prega “morte aos bandidos”


Foto: Taís Ribeiro com o colete a prova de balas da Polícia Militar – Reprodução/Facebook

“Hoje o amor da minha vida completa mais um ano de sua existência”.
Obviamente esta é uma frase recheada de sentimentos. Foi escrita por uma mulher de 21 anos. Ok! Até aí tudo bem. Nada surpreendente. Provavelmente você arriscaria como destinatário da locução apaixonada um namorado, um irmão, um pai ou mesmo um paquerinha.
Se a resposta foi uma destas opções acima lamentamos informar, mas o “chute” passou bem longe. A frase foi escrita por Taís dos Santos Ribeiro e é dedicada à uma instituição: a Polícia Militar do Estado da Bahia. A ocasião do deleite amoroso foi o aniversário da corporação, que em fevereiro de 2016 completou 191 anos de existência.
Mas esta não é a única demonstração de amor de Taís pelos policiais.
A mulher, que largou o curso de enfermagem e hoje trabalha como supervisora de uma loja de materiais de construção, diz não lembrar de onde surgiu a admiração pela PM. “Às vezes me questiono de onde vem esse amor. Nem eu consigo entender”, revela a jovem com os olhos em brilho, durante entrevista ao Aratu Online.
O amor dela pelos policiais vai além das declarações. Pode ser literalmente sentida na pele. Taís tem tatuada nas costas, pouco abaixo do pescoço, em letras bordadas a sigla: PMBA — conforme ostenta em publicações no facebook.
Talvez, por ironia do destino, Taís nunca possa servir à instituição. Ela acha que sua altura — apenas 1,48 m — é um impeditivo nas provas físicas.
“Não é certo o concurso desse ano, mas pretendo tentar. É um sonho e de sonho não se desiste. Vamos tentar todas as possibilidades para conseguir ingressar na Polícia Militar. Mas, mesmo não podendo envergar essa farda, me sinto um policial. A polícia está no nosso coração. Eu sou policial de alma e coração, disso pode ter certeza”, fala a menina, que nega andar armada.
Guerreirinha
Mesmo oficialmente fora da corporação, Taís Ribeiro parece fazer parte dela.
Quem já prestou atenção à linguagem policial sabe que os militares constantemente são chamados de “guerreiros”. Esse apelido foi adaptado para Taís pelos próprios agentes. “Foi o pessoal da 81 CIPM [Companhia Independente da Polícia Militar, que cobre a área de Itinga, Lauro de Freitas]. Eu chegava perto deles e falava: ‘e aí guerreiro’. Eles respondiam: ‘e aí guerreirinha’. Ficou até hoje. Tem uns cinco anos ou mais”, lembra.
A “Guerreirinha” afirma que a relação com os agentes da PM é “harmoniosa”. E nega veementemente ter tido algum tipo de envolvimento amoroso com um deles.
“Eles passam na viatura e, às vezes, param somente para falar comigo. Tem policiais que, onde eu estou, param só para me prestar continência [cumprimento militar]. Nunca busquei esse reconhecimento, mas é bom saber que eu amo e também sou amada”.


AMOR PROIBIDO?
Taís prefere não entrar no assunto, mas revela que está sofrendo um processo judicial por defender publicamente a PM baiana — e algumas de suas ações polêmicas, a exemplo do “Caso Cabula — nas redes sociais.
A sociedade me critica por defender a polícia, tem aqueles apelidos que eu recebo, como alemão, mulher de polícia”, lamenta.
Como não bastasse, a admiradora nata da PM diz que está sendo “perseguida pelo Estado”.
“Eu costumo dizer que sou a voz da tropa, porque posso aqui de fora falar o que esses policiais não podem. Imagine se toda sociedade defendesse sua polícia como eu defendo? Com certeza, o estado trataria melhor esses homens. O estado daria melhores condições de trabalho a esses homens. Sofro uma pequena perseguição”, reforça, sem revelar detalhes.
Insisto em entender o processo sofrido por Taís. Tenho a ideia de questioná-la se a ação está sendo movida pelo promotor David Gallo, famoso por acusar policiais militares no “Caso Cabula”. Na oportunidade, 12 homens supostamente armados foram mortos em confronto com os militares.
“Ele como promotor deveria ter uma postura mais firme defendendo a sua polícia, que é o braço direito do estado. O ser humano David Gallo, eu desconheço, mas como promotor eu tenho esses questionamentos. A forma que ele trabalha, às vezes, amarra as mãos dos policiais militares. Os policiais tem medo de trabalhar, medo de que policial hoje pode ser punido, pode ser preso. Na verdade nossos policiais podem morrer, mas não podem matar. Eles podem levar tiro mas não podem revidar, isso que questiono sempre”.
“A policia é treinada para agir em determinadas situações da melhor forma possível, de forma legal, de forma competente. A nossa polícia trabalha dentro da legalidade, mas uma operação de cinco minutos é decisiva para colocar você no inferno ou tirar você dele”, completa.
SÉRIE DOZE
O Aratu Online veiculou, durante o mês de fevereiro, uma série de reportagens para falar sobre o “Caso Cabula” por memória de um ano do atentado. Parentes e vizinhos das vítimas, além do Capitão Tadeu (militar ingressado na carreira política) e o advogado dos PMs envolvidos foram procurados para falar.
Defensora dos policiais, Thaís revela que achou injusta a série de reportagens. Em sua página no facebook, que usa constantemente de tribuna para expressar suas opiniões, ela publicou um poema atacando o trabalho jornalístico.
Eis um trecho:
“Se liga vagabundo…
Vc que se acha “homi”
Se ficar a RONDESP pega,
Se correr a bala come
Pode ter memorial,pode até ter seriado…
Mais o legado da RONDESP já foi eternizado!!
Questionada sobre o assunto, ela não fugiu do tema:
“Eu, por amar a Polícia Militar, por já ter enterrado milhares de policiais militares, já vi muita mãe de policial chorar. Não vemos a mídia fazendo homenagens a esses homens que saem de suas casas, que deixam seus filhos pequenos em casa, por toda bravura deles e morrer por uma sociedade que é ingrata, que condena sua polícia. Por que fazer uma homenagem para um bando de vagabundos? Por que bandido tem direito a uma série de reportagens e um policial não tem? O policial militar é o braço direito do estado. Acho injusto”, pontua.
EMOÇÃO
Durante a entrevista na redação da TV Aratu, a jovem, que não revela se tem interesse de ser candidata a cargos públicos, chega a chorar ao falar sobre a corporação. “Quando atiram no policial estão atirando na sociedade. Quando permitem que matem agente de segurança do estado é porque minha vida e sua vida como cidadão não tá valendo porra nenhuma”, diz, pouco antes de se desmanchar em lágrimas.
Fonte: Aratu Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário